domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fecho o s olhos


Fecho o s olhos
E não deixo mais escapar meu olhar.
À procura de alguém para amar
Vasculho toda a minha vastidão interna;
Para beijar loucamente
Busco os lábios que inventei
Na minha memória estreita.
Fazer as mais deliciosas carícias
Com minhas mãos tardias e breves;
Brincar de amar como crianças
Juntando nossas almas virgens.
Quero um amor puro e inocente
Captado da mais remota idade,
Que não sai de minha mente ousada
Nem de meu coração assustado.

(((Oswaldo Antônio Begiato e Regiane Campos))…

O amor não tem outro desejo senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo,amar é precisar ter desejos,
sejam estes os vossos desejos :
De se diluir no amor e ser como um riacho que canta
sua melodia para a noite...
De conhecer a dor de conhecer a ternura demasiada.
De ficar ferido por vossa própria compreensão do amor...
De sangrar de boa vontade
e com alegria.
De acordar na aurora com o coração alado e
agradecer por um novo dia de amor...
De descansar ao meio- dia e meditar sobre o êxtase do amor.
De voltar pára casa a noite com gratidão...
E de adormecer com uma prece no coração para o bem amado,e nos lábios uma canção de bem aventurança...

(Khalil Gibran)

 

Chegaste...


Com a tua tesoura de jardineiro e começaste a cortar:
umas folhas aqui e ali uns ramos que não doeram...
Eu estava desprevenida quando arrancaste a raiz

Amor pra sempre...

Quem neste mundo não tem,
Um amor pra recordar!
Um amor que além de sorrir,
Também lhe fez muito chorar!
Amor que ficou no passado
Mas que encontramos guardado
Num pequeno canto apertado
Daquele coração apaixonado!
Um amor além da vida,
Cicatriz sempre ferida...
Amor pulsante e vibrante,
Mistura homogênea
De amigo-amor-amante!
Amor bandido, carinho sofrido
Pimenta que arde sobre a ferida...
Que derramando lágrimas
Nos faz sorrir para a vida!
Quem nunca teve um amor assim?!!

Rosane Oliveira

IDENTIDADE

- Mia Couto -

Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço


O Verbo Amar


Te amei: - era de longe que eu te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente
sente, que a alma da gente faz escrava...

Te amava: - como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar... E te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava!

Te amo: - e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo... e eu, vou te amando...

Te amar é mais que um verbo, é a minha lei:
- e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!



J. G. de Araujo Jorge